Giselle Bundchen não está sozinha:

é cada vez maior o número de empresas que plantam árvores

Em julho de 2020, quando Gisele Bundchen completou 40 anos de idade a mídia se encheu de notícias sobre a forma inusitada de celebrar o aniversário, plantando 40 mil árvores. Ela acabou plantando não 40, mas 250 mil árvores na Amazônia.

Reprodução Instagram Gisele Bundchen – sobre plantio de àrvores em seu aniversário.

Atitude aplaudida por todo mundo, que contribuiu ainda mais para a tese de que plantar árvores é dever de todos e por todos deve ser adotada.

A técnica usada foi de plantio direto, mais rápido, com menores custos, em que as sementes são “despejadas” no solo, esperando-se que a natureza faça o seu trabalho. Não se trata de técnica inédita (ao contrário) e os resultados chegam a ser promissores, embora o porcentual de sementes que germinam seja muito inferior ao do plantio de mudas.

Por que um comentário como esse num blog que trata de assuntos relacionados a reputação e marketing?

É que dentro do território mercadológico a palavra de ordem são os programas de ESG e uma das formas que as empresas têm usado para evidenciar sua preocupação com o Ambiente, o Social e a Governança é justamente o de plantar árvores ou apoiar projetos que as plantem.

Faz sentido?

Sim, é um caminho que só faz bem para a reputação de quem planta

Na prática, o que se percebe é que há três ou quatro razões para plantios ou tipos de empresas que entram por esse caminho.

A primeira é das empresas que têm, realmente, autêntica vocação para a proteção do meio ambiente, veem no plantio de árvores não só uma forma evidente de dar sua contribuição, mas  entendem que além de plantar árvores, programas dessa natureza dão chance para envolver as comunidades em atividades de educação ambiental.

Há muitos e muito bons exemplos que podem ser lembrados.

O segundo modelo de empresa fica numa outra ponta do espectro: são as empresas que plantam porque estão em débito com a natureza, seja por seus processos de produção, seja pela razão que for. Têm que neutralizar o carbono que produziram.

Também não faltam exemplos.

Um terceiro é o de empresas que até pela natureza de sua atividade plantam árvores e acabam tendo um “saldo” que pode ser negociado com terceiros, gerando caixa e contribuindo para a neutralização de carbono.

O assunto neutralização de carbono com a venda de créditos está na mídia.

Há um quarto tipo de empresa, e nesse caso por ora não são muitos ou muito falados os exemplos, mas esse tipo de empreendimento, sim, existe e a tendência é que eles assumam números bem superiores aos atuais: são grandes áreas arborizadas empresarialmente dentro das mais rigorosas técnicas  –o georreferenciamento das mudas é uma dessas características— exclusivamente para venda de créditos de carbono a empresas em débito com o meio ambiente.

Há empresas e empresários investindo pesado nessa modalidade. Há uma grande área, por exemplo, na Mantiqueira muito bem desenvolvida que inclui, paralelamente, atividades turísticas. Afinal, a ideia não é de árvores para serem cortadas e sim para se manterem por anos e anos neutralizando carbono. Uma árvore, afinal, para chegar à fase adulta leva em média 20 a 25 anos e é justamente no período de crescimento que elas consumem mais carbono e liberam oxigênio na atmosfera